Se encantava por mentes e corpos mas mentes são tão difíceis , já não sentia tanta empolgação ao decifra-las , o corpo era tão mais ...
No fundo era um lobo , não como o de Hesse, sentido literal apenas . E na cama via o outro como uma presa, gostava de observar,farejar,andava em círculos procurando o momento certo. Em quanto estava na fase de reconhecimento do território dava pra ver as presas e a saliva escorrer. O desejo pulsava por todo corpo.Ali o homem existente nele morria, surgia o lobo. Lançava-se em cima da presa como se estivesse em uma luta (e estava). Arranhava,abria espaços,lambia,mordia ,rasgava a pele e ainda bebia o sangue. Nada disso provocava dor. Não entendiam bem aquilo ,apenas aceitavam e procuravam um ao outro. Não morriam nem se machucavam no sentido real.Tudo que sentiam só tinha validade no território demarcado, fora dali, nada!Não morriam nem se machucavam a luta de corpos era mais um ritual de renascimento.Presa e caçador precisavam pertencer um ao outro e por instantes ter outras peles e comportamentos, depois da cena , em pouco tempo se reconstituíam da matéria inicial!
Lobos,presas e caçadores : seres humanos!
(Ariadne)
2 comentários:
Todos nós; um só.
"Presa e caçador precisavam pertencer um ao outro e por instantes ter outras peles e comportamentos, depois da cena , em pouco tempo se reconstituíam da matéria inicial!"
adoreeeeei.
é seu esse texto?
:**
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