Era um grandessíssimo filho da puta. Eu, ele, todos nós. Dissimulado e descarado, mas estavam tão perceptíveis a olho nu suas mentiras que não se sentia culpado: os outros aceitavam entrar na dança,então apenas conduzia o espetáculo da maneira mais propícia.Percorria variados níveis e trocava de peles conforme a necessidade.Mentia , e por que não haveria de mentir?Podia passar horas e horas em uma conversa que não dava nenhum prazer pra si a não ser o de achar desprezível e cômico o quão fácil é fazer alguém fútil se sentir importante ou agradável . Se fazia de bobo, se pintava de louco, se vestia de sério. Um ator nato e como seu talento não estava incorporado em sua real profissão , adaptava-se feito um camaleão aos mais variados tipos de pessoas e histórias.Era uma forma de mostrar ao mundo o quanto tinha talento , se não conseguiam perceber, melhor assim! Era sinal que interpretava tão bem que as mentiras eram incorporadas a realidade. Sua mente uma grande oficina de teatro, diretor das mais diversas peças, para cada caso tinha uma forma de conduzir suas personagens. Havia uma satisfação interna em cada encenação. Vez ou outra alguém reclamava , sempre uma namorada ou pseudo-amigo o causador do atrito.Nesses momentos o acusavam de cínico,covarde , hipócrita.Com um sorriso quase saindo dos lábios ele respondia:
- Eu só dei que você queria, na hora você gostou , por que tanta reclamações agora?
Aceitava as discussões , entrava nelas só para não se fazer indiferente mas no fundo pouco importava se estavam distribuindo flores ou farpas . Nada tinha valor real. A vida segue , era o que pensava.Com um ou mais elogios falsos : segue! Com uma ou três declarações de amor: segue! Com um ou mais filho da puta no mundo: segue!
Abriu a porta e seguiu o dia, era mais um filho da puta nesse mundo e nada mudaria isso!
(Ariadne)
2 comentários:
adoooooooooooro!
" Com um ou mais filho da puta no mundo: segue! "
ameei essa parte *_*
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