sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sobre nós:

Sobre nós
Um céu de palavras
Um véu de poesia
um universo nos embalando
e monte de dados biográficos
além de nós?
Umas doses lisergicas de vidas fantasiadas
vozes a mais cheias de alegorias
um céu que nos protege e banha
nossos corpos com gotas de poesia
(Dine)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Pegar uma navalha
e abrir o cotidiano
revirar pelo avesso
acelerar o movimento
pra essa calmaria
se transformar em vendaval
Pra ver o circo e meu corpo
pegarem fogo
A cidade em chamas
e você dançando em brasa
(Dine)
Tudo cheira a calmaria
esse cheiro sempre me deu náuseas
quando os dias são assim,
sobra só o desespero de não nada de novo

Nunca tive paciência
pra esperar ou pra ordens
Sempre gostei do mundo
em convulsão
e o gozo bem no meio
das minhas pernas

Me dá nos nervos
as poses de bons moços
e comportadas senhoras
tudo em ordem
tudo em paz
- Mas na verdade,
como é que se faz?
(Dine)
Meu corpo é uma prisão,
mesmo que eu não queira
faz parte de mim
transmite mensagens
algema metades e inteiros
Meu sexo ajuda e atrapalha
as vezes sou mais que ele
(em poucos segundos)
em outros segundos
o que enxergam é só uma vagina
Meu corpo fala demais
dá dicas e respostas
que podem me entregar aos lobos
É meio agente secreto com mil e um disfarces
entre quatro paredes,
assume a primeira face?
Meu corpo também sou eu
e isso custo a admitir
a carne é fraca
ostento a imagem de forte.
(Dine)
- Que amor era esse,
que não nos dava paz?
- Que amor era esse,
que não nos deixava voar?
(Dine)
Vestir a roupa da seriedade quando não passa de uma relação piada.Menino brincando de ser homem e deste papel só aprendeu a parte de impor pensamentos que só condizem com o vazio,brincando a tanto tempo que a caricatura já pensa por si só e tem a ideia que é real.Está grudada nos móveis,na carne ,em algumas palavras(que claramente,sempre estão entre aspas)e até na moldura recém posta na parede da sala.Cansei,cansei de estar enternada em um terno e num mundo faz de conta que não conta e nem paga o que eu quero ver.Cansei de estar enterrando meu cotidiano,perdendo o mundo espetáculo em troca da tua peça.Essas cenas eu já vi mil vezes e quer saber? Você nem é tão bom ator assim!
(Dine)
"Estava em um pesadelo.Tudo lhe pareci mecânico,até os gestos que deveriam ser os mais naturais.O que dava mais medo era que... ela estava se acostumando a isso..."
(Dine)

Mr. Jonh

O sonho não acabou,
só assumiu novas rotas!

(Dine)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Fala agora,
- Que que tem?
Seria medo,de ir mais além?
Fala agora
-Que que foi ?
(ou nunca será?)

É só medo de ir pra chuva e se molhar?
(Dine)
Ah,o amor
amor é quando o espelho de Narciso
passa a refletir o outro!
(Dine)
A ordem está implantada
é nossa enfermeira de plantão
sentidos internados em cada um de nós
hospitalizados sem saber
nenhum recebe alta
vez ou outra um foge do hospício
(Dine)
Só existe o instante agora
Ontem é lembrança,
amanhã imaginação
Façamos aqui
Agora!
(Dine)
"O céu se pintou de vermelho
enquanto que na madrugada
inventávamos um arco-íris na cama"

(Dine)
Esses nossos desencontros em
rodoviárias
você chegando e eu partindo
você dando tchau e eu de
mãos atadas e coração partido

Mas eu te encontro sim
na esquina do acaso
naquela hora não marcada
Nenhum de nós vai se atrasar
Isso é certo
na certa os ponteiros vão se alinhar

Fortaleza vai nos unir
algemar nossos braços
por cometermos o crime
de nos perdermos tanto
algemar nossos braços
pra não ter mais que procurar

Fortaleza proverá
e nos verá
caminhando por entre suas
artérias & veias
vida correndo pelas avenidas
sangue pulsando em nós

(Dine)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Naquele instante em que os ponteiro
não marcam hora alguma
Não ache estranho não
eles estão marcando
o encontro dos nossos
olhares e o enlace
dos nossos corpos
(Dine)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eu gosto da mesa do café da manhã sem a preocupação se vão todos acordar na mesma hora e ocupar simultâneamente seus respectivos lugares.Mesa posta sem hora pra ser tirada.Gosta da rotatividade que isso dar.Há sempre alguém tomando seu café,enquanto um ler manchetes populares,alguém passando manteiga no pão, o do lado rabiscando um papel...As conversas fluem de maneira tão leve,comentários sobre os tecidos da noite passada acompanhados de sorrisos e sacadas.Opções sem restrições: fica quem quer! No final,todos querem continuar sentados um ao lado do outro desfrutando da tranquilidade de um ato simples.Querem expor suas prateleiras de pensamentos,por mais açúcar no café e na vida.Gosto dessa falta de tradicionalismo e quando quase todos já saciaram a fome de pão,palavra e de gente,gosto de ir pro quarto debaixo das cobertas pra acordar com um beijo aquele que é sempre o último a levantar...
[Dine]

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A gente não vai
Já saimos a muito tempo à galope
em cavalos imaginários
mas não se quis fazer alarde
continuamos com o mesmo corpo
mas em diferentes selas

Não seremos em algum dia
perdido no futuro
Já somos desde o passado
só não se quis fazer barulho
pra os surdos não distorcerem
o caminho e as palavras

Sem fazer alarde e sem estar nas celas do tempo
livre em nossos cavalos com asas
em nosso universos de nuvens em mega tons
terra firme ?
A gente anda em outros planetas
concretismo é verdade pra vocês
[Nós já esquecemos dos conceitos do passado!]

(Dine)

Sair do ponto

O lance não é esperar
sentar em uma bela poltrona
esperando a hora exata que
relógio do acaso
marque um ponto pra você


É ir além
dos fatos e das previsões
astrológicas ou não
esquecer todas as vozes
desligar o controle remoto
a luz do abajur
e se transmutar

E se você já aprendeu
ou se arrependeu de algo
ficar contido
ficar vestido
perder o sentido
não é a opção
nem a lição a ser tirada desse vendaval
Passe o filtro
absorva as experiências
nem tudo é circular
não é porque machucou os joelhos uma vez
que nunca mais deva correr
os acontecimentos podem ser parecidos
mas são passiveis de mudanças
calor temperatura e estado

Esperar,
ficar sentado?
Não adianta
Apatia não é ter cautela
nem saber qual é a hora certa:
é não ter coragem de ir além da hora marcada
e assumir as consequencias dos fusos hórarios
do mundo e o seu.
(Dine)
Na alta atmosfera
núcleos leves
carregados de nêutrons

Na alta sociedade
núcleos nada leves
disfarçados de neutros!
(Dine)