quarta-feira, 3 de março de 2010

Aquele menino-homem-luz-fogo -todos os substantivos do mundo... aquele cara.Ah aquele cara me consumia.Consumia & devorava.Devorava em gozo,devorava em dor.Porta aberta pro caos,aberta pro deleite.Aquele cara incorporou em mim.Abriu minhas pernas e fechou as cicatrizes.Virou início,vicio,precipício.Virou e me revirou ,fez de mim o que eu não sou.Aquele cara me devorava sem me decifrar.Aquele menino-homem-braços-músculos - ingenuidade ; devorava sem saber.Tinha o que não tinha... em gozo,em carne mas sem respostas...

(Dine)

3 comentários:

Luiz disse...

Dá pra parar de tentar ser eu.

Universo Cidade disse...

mas voce é poeta meu bem
eu nem poderia...

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Pungente... explícito... lascivo e pudico a um só tempo [características difíceis de conciliar, pela própria contradição expressa]... e, por fim, não menos belo... parabéns, menina! Gostei muito, muito meeeesssmo... artísticamente sem par...

Alguma coisa em seu texto me lembrou este meu poema aqui:

DESEJOS

Só um desejo oculto por vez
É que se revela
Por menor o toque, em tua tez
Tão alva e bela
O de querer te abrir a mente
Ou te escancarar as pernas
De um ou outro se pressente:
No negrume de cavernas,
Um se aterra e se oculta;
No alçar vôo e içar velas,
Outro assoma e avulta;
Por ambos
Em ti mergulho
Descambos
De meu orgulho
Um é sol
E o outro é lua
O crisol
E a fome tua
Se um vem, o outro se ia
Também morre e o outro vai
Mata a fome e se sacia
Estertor de um simples ai
De quem assim sente
E a si sente
Em eterno ciclo
E constantemente
E se em ti florir
Eu quereria
Florir-te-ei
Florir-te-ia

Francisco de Sousa Vieira Filho

http://seth-hades.blogspot.com/2010/02/ressuscitando-os-inauditos_21.html