- Que fim levaram todas as flores?
-Chego a mudar de calçada quando aparece uma flor,se esta não for de plástico.É que as flores vivas ,com todos os seus desejos e impulsos me intimidam.Elas sentem,pensam e possuem vontade próprias e ainda por cima não são qualquer espécie de ser vivo,são FLORES - símbolos de beleza e serenidade.Nos tele transportam para as mais belas memórias olfativas.São flores com seus perfumes,cores e significados e lembram resistência na letra de Geraldo Vandré,no poema de Drummond quando ela nasce meio ao asfalto - aquela flor pequena,solitária briga com o mundo.Mudo de calçada porque o medo me invade.Frejat já alertava em uma canção e Nando Reis falava do paradoxo de um mundo com milhões de vasos sem nenhuma flor.O mundo está ao contrário e ninguém reparou? É por isso que flor pra mim,só as de plastico,sem cheiro,perfume,sem poesia de Vinícius ou qualquer vestígio de algo que faça as pessoas acreditarem em possibilidades.Confesso que pensei em exterminar até as de plastico afinal,elas iam trazer a tona memórias das originais.Amadureci um pouco e percebi o quanto interessante são essas inofensivas flores de pet que não morrem jamais,sempre estiveram mortas,estatuas para todo o sempre e ao olharem para elas,encontraram alguma beleza no entanto,são opacas e frias.Estão no ambiente mas não o completam.Os transeuntes andam tranquilamente mas não sabem o que está errado... são essas flores radioatiavas meus caros!
(Dine)
Um comentário:
'flores para quando tu chegares, flores para quando tu chorares, uma dinâmica botânica de cores...' (Zélia Duncan)
isso pra não citar Titãs e Zeca Baleiro! Bjo, saudações musicais.
APS
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