O que estava sentindo naqueles últimos dias se resumia em uma única palavra : arrependimento
do que fez , do que não fez , por não ter ido até o fim da linha ,não preencheu por completo e nem se deixou preencher. Arrependeu-se das horas gastas em ações e nas tantas outras gastas apenas em suposições . Gradativamente as coisas iam se misturando na mente e na realidade . Passado , presente , palavras pronunciadas ou apenas pensadas,cenas vividas (ou não) , tudo isso num redemoinho , fundia e confundia cada vez mais . Queria apagar o primeiro dia , aquele aonde ela nem percebeu que ia dar num abismo e a queda livre seria dantesca. Queria esquecer ou arrancar de si o que sentia pra não tornar-se amarga , assim , quando acontecesse novamente , não se faria apática! Era isso , descobriu , percebeu ! Não arrependimento , era medo! Medo de perder a capacidade de voltar a fazer o que fazia com paixão e intensidade. Passar a borracha pra esquecer a dormência dos sentidos . Não queria ficar anestesiada . Queria estar sóbria e não queria uma temperatura diferente ... O pulso , não estou sentindo , onde está meu pulso? Está tudo girando , girando girando e ficando meio escuro ... Onde estou ? De repente eu não lembro mais de nada ,só de tudo escurecendo e acordando agora ... ah , sinto meu pulso novamente!
(Ariadne)
2 comentários:
Hora de acordar...
o sonho acabou e hora de despertar.
o/
Como percebo este texto...
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